O que é o Hoodoo?
- DOCTOR WOLF.`.
- 11 de set. de 2021
- 8 min de leitura
Atualizado: 19 de jun.

Texto: Paulo Bulgarelli.`.(Doctor Wolf) (418)
O QUE É O HOODOO?
As crenças e costumes trazidos para a América pelos escravos africanos, que praticavam o Voodoo, se misturam com as crenças, costumes e conhecimentos botânicos dos nativos americanos, cristãos, judeus, e com o folclore pagão dos imigrantes europeus. Então surge o Hoodoo.
Esse caldeirão cultural deu origem a uma das práticas mais autênticas e poderosas de magia popular já existentes no continente americano. Não se trata de uma fusão aleatória, mas sim de um sincretismo natural, nascido da sobrevivência, da resistência e da sabedoria ancestral que se manteve viva mesmo diante da opressão. O Hoodoo é, portanto, herança espiritual viva de um povo que se recusou a perder sua conexão com o invisível, com o poder da Terra e com os mistérios do espírito.
A tradição do Hoodoo coloca ênfase no poder mágico pessoal, e, portanto, ela não tem ligações fortes com qualquer forma específica de teologia. Isso significa que pode ser praticado por qualquer pessoa, independentemente de sua religião ou crença espiritual. Ela pode ser adaptada a qualquer religião e a várias formas de cultos religiosos. Ou seja, é uma prática mágica por excelência. Hoodoo não é religião. É uma forma de vida. Você pode ser de qualquer religião — cristão, judeu, espírita, pagão — ou não pertencer a nenhuma, e mesmo assim praticar o Hoodoo.
O que importa é a prática, a ação mágica e a conexão com as forças naturais. Não há dogmas, apenas sabedoria prática e resultados.
Um praticante individual pode assumir alunos, mas o Hoodoo não é, obviamente, um sistema hierárquico. Não existem graus iniciáticos, títulos ou necessidade de pertencer a uma ordem estruturada. Os ensinamentos, rituais e feitiços são transmitidos de um praticante para outro, muitas vezes dentro das famílias, pelas ruas, nos mercados, nas igrejas ou até mesmo nos sonhos. É uma sabedoria que flui de coração para coração, de boca em boca, mantendo-se viva e pulsante através das gerações.
O Hoodoo contém em seu corpo de práticas muitas técnicas do Voodoo, mas baniu a parte religiosa do mesmo. Ele herdou, por exemplo, o entendimento de que tudo possui axé (força vital), mas não se baseia na adoração de divindades ou entidades específicas. Ao invés disso, o foco está na manipulação energética através de elementos materiais e espirituais.
O Hoodoo absorveu técnicas de usos mágicos do Voodoo, tais como: usos de óleos, pós, afoshés, bonecos e muitas outras coisas. Esses instrumentos mágicos servem como condutores das intenções do praticante, funcionando como ferramentas que ativam e canalizam as energias universais.
De todo o panteão de divindades africanas, uma, com denominações como: Nbumba Nzila, Legba ou Exu, é claramente reconhecível e cultuada no Hoodoo. Esta figura arquetípica do mensageiro, do guardião dos caminhos e das encruzilhadas, atravessou continentes e se manteve viva nos cultos afro-americanos.
Ele é visto, nos EUA, como um "Homem Negro", "Negro" ou "Diabo", que se pode encontrar nas encruzilhadas — uma interação direta com o seu papel na teologia africana. Ele é o guardião das bifurcações da vida, aquele que testa, abre ou fecha caminhos, e que exige respeito e esperteza.
Como um malandro abridor dos caminhos, ele é vagamente semelhante ao demônio dos cristãos e, assim como divindade, ele é muitas vezes confundido por cristãos e judeus com o Satanás bíblico. Mas ele não é isso. Nós, Voduístas, sequer acreditamos no diabo — essa figura pertence ao imaginário cristão. E muitos praticantes sábios do Vodu e do Hoodoo sabem bem disso. Exu ou Legba não é mal, ele é ambíguo como a vida é ambígua — ele ensina, ele desafia, ele protege e castiga, tudo conforme o merecimento e a conduta.
Como a magia popular de muitas outras culturas, o Hoodoo atribui propriedades mágicas às ervas, raízes, minerais, partes de animais, aos bens pessoais e fluídos corporais de pessoas. Esses elementos tornam-se os ingredientes fundamentais dos feitiços, das amarrações, dos encantamentos, das curas, das proteções e de tantas outras ações mágicas do cotidiano.
As origens africanas do Hoodoo, Rootwork e Conjure podem ser vistas claramente em tais costumes mágicos como cruzamento e a magia da encruzilhada. São práticas vivas que remetem aos antigos saberes do Congo, Yoruba, Fon, Palo Mayombe, Santeria, Lucumí, Ocha, Umbanda, Candomblé, adoração aos Loas, entre outros. Mas Hoodoo não é nenhum destes — que fique claro! Ele se alimenta dessas influências, mas é um sistema à parte, com identidade própria, centrado na prática e na utilidade mágica.
Cruzar é um termo genérico usado para este tipo de operação. Este termo é usado nos EUA como, por exemplo: Crossing and Uncrossing — cruzamento e descruzamento. É parte essencial da lógica do Hoodoo: assim como se pode amaldiçoar, também se pode curar. Toda ação tem seu reverso.
Simplificando, Crossing (cruzamento) refere-se a trabalhos espirituais que causam danos ou má sorte. Uncrossing (descruzamento) refere-se a feitiços que revertem o cruzamento. Há um número de produtos que podem ser feitos ou comprados para descruzar, como: óleos, pós, banhos, lavagens de chão etc. O trabalho espiritual, aqui, é direto e objetivo: causar, remover ou transformar situações por meio de manipulação energética.
Todo praticante de Hoodoo também é conhecido como Rootworker (em uma tradução livre, “trabalhador de raízes”), pois é de suma importância o conhecimento das ervas — saber como manuseá-las, para quais funções cada uma serve, e como combiná-las corretamente. Estudar botânica e ter alto conhecimento sobre as propriedades mágicas das plantas é um passo importante para se tornar um praticante de Hoodoo/Rootwork. É um caminho de dedicação e estudo sério.
O Hoodoo, em sua forma Rootwork, faz uso do folclore botânico nativo americano, mas geralmente no sentido mágico, em vez de fins medicinais. Espécies de plantas americanas como o John the Conqueror Root (Ipomoea jalapa) assumem grande importância no Hoodoo. Essa raiz, por exemplo, é símbolo de poder, coragem, virilidade e conquista.
Alguns grandes grimórios medievais entraram no corpo de práticas do Hoodoo pelos imigrantes irlandeses e europeus que chegavam à América com esses conhecimentos. Eles trouxeram consigo uma grande coleção de rituais e encantamentos como: Grimorium Verum, The Black Pullet (A Franga Preta), Grimório Papal, Livro de Abramelin, As Chaves de Salomão, Astrologia etc. O Hoodoo, portanto, também dialoga com a magia cerimonial ocidental, adaptando e integrando o que for útil à prática cotidiana.
Hoodoo não é arte negra. Não visa a fazer o mal. Ele visa a ajudar-nos no nosso dia a dia. Mas, como toda magia, pode ser usado para o mal também. Depende do praticante e de suas metas. O Hoodoo é magia simpática, natural. A ética vem de quem pratica.
O Hoodoo é a magia simples, que usa elementos simples em seu corpo de práticas. Se recorrermos às suas origens, veremos que seus praticantes não tinham tantos recursos disponíveis como temos hoje em dia, onde podemos usar vários elementos como: velas coloridas, óleos diversos, frascos de vidro etc. Mas mesmo com poucos recursos, fazia-se muito. O segredo está na intenção, na sabedoria e na fé.
O nome Hoodoo tem semelhanças com o nome da religião Vodou, que significa "espírito". Podemos dizer que seria uma corruptela de Voodoo. Apesar dessa proximidade fonética, são práticas distintas, com propósitos e fundamentos próprios.
O Hoodoo é também conhecido pelo termo Juju, uma palavra africana que significa "poder mágico". Esse termo ainda é usado em várias partes da África para descrever objetos, amuletos e encantamentos.
O Voodoo de New Orleans não é o mesmo Vodou (Vodu) Haitiano (praticado no Haiti). São tradições diferentes, embora compartilhem pontos de origem comum. Cada uma evoluiu de forma própria, com seus rituais, seus símbolos e suas crenças específicas.
Apesar de nós, praticantes de Hoodoo, fazermos uso de cúrios animais (partes animais), não sacrificamos animais nem os maltratamos. O uso é simbólico e mágico, muitas vezes envolvendo penas, ossos, dentes ou conchas — itens que representam a força vital do animal, e que são recolhidos sem sofrimento para o mesmo.
O Vodu, sim, sacrifica animais para seus Loas e rituais, mas isso é assunto para outra postagem. De qualquer forma, isso não é maus-tratos aos animais. Isso tem um fundamento importante no corpo de práticas do Vodu, e é feito com profundo respeito e conexão com o sagrado.
Sobre as diferenças do Voodoo, Vodu e Hoodoo com mais detalhes, favor se dirigir aos artigos aqui no site: "Diferenças entre Vodu, Voodoo e o Hoodoo".
O Hoodoo, pela influência dos xamãs (nativos americanos) como os Chiksaw, Choctaw e Natchez, trabalha-se na crença do animismo, onde tudo possui energia vital. É na combinação e conjuração dos axés dos elementos naturais — chamados de cúrios — que esses elementos passam a ter um grande poder mágico-espiritual, que vai trabalhar de acordo com o intento do praticante de Hoodoo e também de suas doutrinas das assinaturas.
A Terra fala. O Fogo responde. A Água carrega. O Ar espalha. E o praticante de Hoodoo é aquele que ouve, conjura, respeita e transforma.
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Grato pela atenção e lhes aguardo, abraços á todos os praticantes de Hoodoo/Conjure!!!
PAULO BULGARELLI.`. (DOCTOR WOLF.`.) (418)
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Starr Casas - The Conjure Workbook Volume 1: Working the Root, Old Style Conjure:
Hoodoo, Rootwork, & Folk Magic.
Orion Foxwood - The Candle and the Crossroads: A Book of Appalachian Conjure and
Southern Root work.
Catherine Yronwode - Hoodoo Herb and Root Magic: The Materia Magic of African-
American Conjure and Traditional Formulary, Giving the Spiritual Uses of Natural Herbs,
Roots, Minerals, and Zoological Curios.
Catherine Yronwode - Hoodoo Rootwork Correspondence Course - Week Seven: Wahoo
Bath, Finishing the Bath Rite, Disposal of Bath Water - Lucky Mojo Curio Company,
Forestville, California 2006.
Sticks, Stones, Roots & Bones: Hoodoo, Mojo & Conjuring with Herbs, by:Stephanie
Rose Bird.
Mules And Men by Zora Neale Hurston.ed.Harper Collins e-books,2008 Papa Jim's
Magical Oil Spellbook by Papa Jim.ed.El Rey Botanica Inc,1989.
Papa Jim Magical Oil Book How to Use Oils for Magical Oils (Papa Jim book 2 1989, by
Papa Jim.
Llewellyn's Complete Formulary of Magical Oils, Over 1200 Recipes, Potions & Tinctures
for Everyday Use By: Celeste Rayne Heldstab, Series: Llewellyn's Complete Book Series
Imprint: Llewellyn.
The Master Book of Candle Burning: Henry Gamache, October 1, 1985
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