Símbolos: A Linguagem Secreta dos Rituais
- Rodrigo Lara (O Mago Verde)
- 21 de mai.
- 9 min de leitura
Atualizado: 8 de jun.

Olá, pessoal! Tudo bem?
Sou Paulo Bulgarelli, também conhecido como Doctor Wolf, e hoje tenho a honra de compartilhar com vocês um conteúdo muito especial. Convidei o Frater Rodrigo Lara (O Mago Verde) — um grande artista sobre as artes místicas e ocultas — para escrever um texto exclusivo para o meu site e blog, Bulgarelli Tarô Hoodoo.
Agradeço imensamente ao Frater: Rodrigo Lara (O Mago Verde) pela generosidade, atenção e pela valiosa contribuição ao trazer seu saber sobre sua arte mística e magicka.
Texto e Artes por: O Mago Verde (Rodrigo Lara)

Símbolos: A Linguagem Secreta dos Rituais.

Nas camadas mais profundas de cada ser reside as trevas do mundo oculto. Em tais câmaras reside um limiar, o secreto, o misterioso e invisível involucro sagrado. Este substrato psíquico (inconsciente coletivo) é a ponte para dimensões mais profundas da existência, incluindo o espiritual, pois reside nele as imagens e ideias que frequentemente aparecem em tradições religiosas e experiências místicas.
A ideia de que o símbolo é sistêmico, ou seja, expansível, é a de que ele conecta vários pontos. Não é como aprender um novo idioma, que por si só funciona com conexões lineares. Um exemplo de visão linear seria o entendimento rudimentar de que uma palavra é apenas a formação de uma simples formação sequencial em linha única, letra por letra, ou seja; linear. A linguagem simbólica é um referencial que se inicia nos pensamentos e sensações abstratas, ela eleva as sensações como um parâmetro, algo mais sacramental.
Mas como desenvolver o simbolismo pode ser considerado uma "chave" dos mistérios, ou como isso facilita o acesso a outros planos?
Em certas escolas iniciáticas podemos dizer que a fase primária do "Nobre Praticus" ou do iniciado é conhecer a si mesmo. É o mergulho nas fases obscuras, esquecidas, negadas, reprimidas do inconsciente pessoal, é aqui que tudo se inicia. É onde dói, causa pavor, medo, preocupações, vergonha e raiva que faremos nossa primeira jornada fazendo o
"Louco" se tornar "Iniciado na Magia".
Nas Trevas não existem ilusões.
O reconhecimento da própria loucura já "fura" a bolha da sua visão de mundo. Será aqui um vislumbre das correntes. Quando perfuramos esse involucro estaremos de forma expansiva gerando uma energia psíquica poderosa o bastante para remodelar aspectos
emocionais, também de pensamento, sensações e inicialmente os espirituais, ambas em conjunção. Ao nos entregarmos a nós mesmos temos a oportunidade de romper os aspectos psíquicos a níveis pessoais, e poderemos criar permissão própria para acessar a níveis psíquicos as infinitas abstrações de um dos arquétipos mais poderoso e temidos da humanidade; A PODEROSA MORTE.
Perfurando a bolha psíquica adentramos em outros níveis.
Os níveis de acesso cósmico nos permitem através de nossa vontade (treinada) operar em outros planos, como no astral, por exemplo. Neste plano quanto mais sua consciência
simbólica está desenvolvida, mais fácil será atuar nele. Tudo isso por que se desenvolveu, além da concentração e autodisciplina, um poder de criação que ao invés de temer, abraça o abstrato. A essência do abstrato é ser conectivo e não linear. Um exemplo disso acontece
quando várias pessoas contemplam uma mesma obra de arte, mas cada pessoa interpreta de forma diferente. No abstrato, no Astral você cria e descria o tempo todo, ele é volátil como uma obra de arte viva, e além de novas combinações você terá mais facilidade pelo desenvolvimento simbólico de acessar vidas e formas primitivas e primordiais.
A mandala como círculo, ou MAPA MENTAL Ritualístico.
É através do acesso ao abstrato, que iremos canalizar nossa animalidade, medo, raiva, vergonha, possessividade, para um ato criativo. Tais emoções não deixarão de existir, mas deverão ser organizadas e integradas no círculo da consciência. É como se pegássemos uma tinta de cor azul e misturássemos com uma de cor amarelo, criando a tinta verde. O verde criado ainda contém nele o azul e o amarelo, mas não apenas isoladas, mas agora também como algo novo. A consciência circular (mandala) agora os integrou, ela pode usar o amarelo, o azul isoladamente ou combiná-los.
É um processo alquímico. Assim como o Mago nunca descartará ser também o Louco, caso isso acontecesse ele estaria agindo em um processo linear, categórico e ilusório no sentido de "antes eu era louco, hoje sou apenas mago". Agora o Mago saberá como e quando ser o Louco que ainda habita nele para desbravar horizontes antes não conhecidos. Não existe mais um ''domínio'' do Louco. Entretanto, ele agora usa a coragem e ousadia do Louco como uma vantagem em situações precisas.
O Louco terá um lugar unificado na Roda do Destino agindo de acordo com a necessidade dos ciclos. O CÍRCULO CÍCLICO (mandala) sendo a própria emanação fortalecida do Si Mesmo (Self), a contenção do círculo cujo sua geometria surge através de um ponto central e se estende em direções infinitas e, ao mesmo tempo delimita a consciência em um movimento ou linha circular evitando a fragmentação psíquica. Seria como um universo em expansão, ao inserirmos novas combinações, esse universo, círculo ou consciência se expande. Depois de conhecer seu próprio funcionamento emocional e racional, intuitivo e mágico, você traça um mapa novo para diversas situações, que antes você ficava preso em apenas um processo rígido. A própria natureza da consciência em si, é um ato de libertação.
PROCESSO SIMBÓLICO NOS RITUAIS E CERIMÔNIAS.
Os rituais possuem elementos estruturados em cadeias de associações profundas que comunicam significados codificados e evocam emoções, insights intuitivos e interpolação com forças primordiais, seres ou entes espirituais conforme o domínio da vontade e da consciência simbólica do Mago. Se um ritual é considerado um processo simbólico é também considerado uma arte por ser uma combinação de estética e intencionalidade, características fundamentais na pintura, na música ou na dança e nossos ancestrais mais remotos sabiam muito bem disso. Muitos rituais ocultistas envolvem símbolos que também aparecem na arte, como pentagramas, olhos místicos e figuras alquímicas.
Processo alquímico na mandala Lúcifer de Eliphas Levi.
Nesta mandala de Lúcifer produzida por mim, trago um exemplo de um dos processos alquímicos que ocorrem com muitos iniciados.

Para Eliphas Levi Lúcifer é como uma espécie de sol errante, ou um cometa, sendo subjugado pelas estrelas estáticas do cosmo, entretanto ele segue o seu fluxo interno fazendo a elipse em torno do universo, mostrando para suas irmãs estáticas que somente ele consegue levar aquecimento e luz para os planetas mais frios e distantes, nos quais outras estrelas não conseguem alcançar, e que por isso ele juntamente como outras estrelas, também é necessário. É o portador da Luz interna, em sua tocha ousa ter sua própria chama reivindicando justamente a sua parcela do fogo sagrado dos Deuses.

O Caminho do Iniciado
"Toda desordem é uma ordem secreta que pode ser revelada".
Aqui é onde se inicia todo o processo de individuação, sendo representado pelo signo do ovo, o invólucro, como se o iniciado ainda estivesse num mundo de obscuridade, entorpecido por uma realidade que é uma ilusão. As águas que estão agitadas representam as emoções agitadas, os conflitos, e esse caminho do iniciado é onde há a desistência da vida limitada, as máscaras não se sustentam mais, e quando o atrito cessa, a energia potente em si mesma pode ser contemplada livremente, e a voz interior pode enfim ser ouvida.
A Maga e o Mago, representam o masculino e o feminino, e nesse caso é através da união dessas forças que o véu irá ser desvendado. O ato de retirar a cortina revela para o iniciado o verdadeiro caminho do Mago. Os magos do mundo físico e de outros planos serão como guias para que a pessoa também encontre a sua própria luz, é o início da descoberta, é a morte psíquica, onde o iniciado renascerá de dentro do ovo, do mundo das ilusões, para começar o seu autêntico caminho. O portal redondo, e o segundo portal ao fundo, representam os graus de ascensão que a cada grau vai recebendo uma parcela de luz, ficando cada vez maior, mais intensa, para ele poder ter o autodomínio da própria vida.


Animalidade
‘’Da crueza das feras à luz da
consciência’’
Será uma das primeiras lições internas que o iniciado irá trabalhar.
Observe que as partes animalizadas aqui fluem para cima. Os impulsos poderosos dos animais agora serão domados e transformados pela luz interior. O conhecimento profundo destes impulsos concederá ao mago energia vital direcionada e focalizada. Na parte feminina o gato selvagem representa a ponte para o mundo espiritual, e a coruja revela o mistério e o sagrado. Na parte masculina, o lobo, lhe concede a força, o ímpeto, e o peixe, é o mensageiro que das profundezas do inconsciente sobe até as partes rasas revelando mensagens.


Chave e Fechadura
‘’Movimento é criação’’
Estamos em uma era que ouvimos muito falar sobre o termo ‘’virada de chave’’.
Num contexto Luciferiano não basta somente ter a chave, deves saber qual fechadura abrir. Na mandala esse mistério está ao lado do caminho do iniciado. Esse mistério revela que dentro de toda fechadura está escuro, e que ao girar (colocar movimento) na chave a luz se revelará ao abrir portas.
‘’Movimento’’ é um código. A chave faz alusão ao masculino e a fechadura ao feminino.

Serpentes e Olhos
‘’Deslize entre os mundos’’
A serpente representa a nossa natureza draconiana que foi estabelecida desde as eras primitivas. Os olhos abertos e fechados tem por referência Eliphas Levi, a visão do olho depende da sua capacidade de se abrir e se fechar. Caso fosse condenado a permanecer eternamente aberto, acabaria subjugado e dominado pela luz, transformando-se em sua vítima; assim, para evitar tal tormento, renunciaria ao próprio ato de enxergar.

Triângulo (pirâmide)
"Tríade, o segredo da manifestação"
O triângulo representa a união do que o homem separou através da visão cartesiana.
Consciência, subconsciente e inconsciente. Em graus mais elevados do Luciferianismo esses três estados são um único movimento. Aqui a Luz luciférica de Prometeus é unificadora e fornece todo o potencial interior.

2 Sóis Errantes
(Cometas)
"Nos ciclos, o tempo dança em círculos"
Os cometas representam como na descrição de Eliphas Levi os ciclos, pois nada é estático na grande roda da existência; a transformação é a essência do viver. A beleza dos ciclos está em sua promessa de retorno, é um eterno convite à evolução. Nesta representação cabe também um simbolismo comparativo a Kundalini. Na parte masculina a energia (Shiva) desce, e a energia feminina (Shakti) sobe para findar o acasalamento cósmico da criatividade.

Justiça de Fogo
‘Onde o falso é queimado e apenas o essencial permanece.’
Para Eliphas Levi, Lúcifer não é um princípio de regeneração, uma força que purifica pelo fogo e ilumina pelo conhecimento. Em sua visão esotérica, Lúcifer representa a luz que queima as ilusões, dissolvendo o velho para dar espaço ao renascimento da consciência.
Aqui justiça flamejante gera o discernimento preciso e coragem para desafiar sistemas que
aprisionam a mente e o espírito. Lúcifer, como arquétipo da rebeldia e do despertar, representa essa ruptura necessária para que cada ser alcance sua própria liberdade.
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Cada mandala é uma obra única, carregada de simbolismo, energia ritualística e poder transformador, elaborada para guiar seu caminho espiritual e ampliar sua consciência. Se você deseja adquirir uma mandala ou conhecer mais sobre este trabalho sagrado, entre em contato diretamente:
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Mergulhe no poder da arte oculta com o Mago Verde e transforme sua realidade!
MUITO OBRIGADO RODRIGO LARA ( O MAGO VERDE)!!!
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